Como antes de cada eleição, os partidos e os candidatos fizeram campanhas para ganhar votos. Estas campanhas destacavam normalmente as razões pelas quais as pessoas deviam votar neles e não nos seus adversários. Também é frequente desumanizarem os seus adversários.
Por vezes, as campanhas apresentam o que pretendem fazer no próximo mandato. É compreensível, mas se olharmos para as promessas feitas pelos partidos, muitas delas só podem ser realizadas a nível estatal e não a nível regional. Então, porque é que eles prometem estas coisas nas eleições locais?
A razão é simples: estão a tentar ganhar o maior número possível de eleitores. Prometer algo que é basicamente inatingível não é nada de novo na política, a qualquer nível. Os políticos estão bem cientes das questões que deixam as pessoas comuns nervosas. Por isso, não há nada de estranho no facto de tentarem explorar tudo isto.
Mas a questão é: porque é que o fazem? Por que razão as pessoas não se apercebem de que estão a ser enganadas desta forma? A razão mais comum é o facto de muitas pessoas não saberem o que é da responsabilidade das autarquias locais e o que é da responsabilidade do Parlamento. E mesmo aqueles que têm algum conhecimento acreditam muitas vezes que é possível influenciar a política nacional de alguma forma, mesmo a nível distrital.
O que é que isto significa para nós? É mais uma prova de que a política nem sempre é fiável. Por isso, antes de votarmos em alguém em qualquer eleição, devemos estar interessados em saber o que o partido ou a pessoa está efetivamente a prometer e até que ponto é realista que cumpra essa promessa. Só assim a situação poderá mudar, pelo menos um pouco.
Infelizmente, os eleitores comuns não estão muito conscientes deste facto. Os resultados eleitorais, nos quais os populistas estão a tornar-se cada vez mais influentes, também se baseiam nisto. Se isso é bom ou não, é outra questão, à qual cada um deve responder por si próprio.