Ainda te lembras da União Soviética? A minha geração ou as gerações mais velhas lembrar-se-iam sem dúvida. E talvez se lembrem, pelo menos, de fragmentos do hino nacional da antiga União Soviética, que ficou profundamente gravado nas mentes e nos corpos das pessoas do chamado país irmão mais velho do Leste, e cuja melodia se mantém até hoje, apenas com a letra arranjada pela Rússia.
No entanto, o hino nacional soviético cantava a união inquebrável das repúblicas livres. Isto era verdade até à perestroika, mas depois da perestroika, o amor mútuo de cada uma das repúblicas soviéticas tornou possível ver como era realmente e como continua a ser atualmente.
O tema mais falado atualmente é, naturalmente, a guerra russo-ucraniana. As raízes desta guerra estão, de facto, na União Soviética. Foi uma decisão burocrática do Presidente da União Soviética entregar a Crimeia à Ucrânia. Isto era trivial numa altura em que havia um grande Estado. Mas assim que a União Soviética entrou em colapso, a Ucrânia e a Rússia começaram a reivindicar a região. E até hoje ainda há tensões não resolvidas e até guerras por causa do território.
Ou então veja-se a Geórgia. A situação era semelhante. Quando era um Estado unitário, a situação era pacífica, mas quando a Geórgia foi autorizada a separar-se, a Abcásia, Ajara e Ossétia do Sul originais, juntamente com os colonos russos, recusam-se agora a separar-se e, até hoje, estes territórios não reconhecidos são atraídos pela Rússia, que ocupa praticamente toda a Geórgia.
Veja-se o afeto que existia entre a Rússia e o Cazaquistão. Veja-se o caso da Chechénia, a quem foi dada rédea solta após o colapso da União Soviética. A Rússia mudou de ideias e iniciou uma guerra para conquistar novamente a Chechénia. Olhemos para os Estados Bálticos. Embora se tenham separado, não podem esperar da Rússia senão relações internacionais amigáveis.
A coligação separatista de nações livres simplesmente entrou em colapso. E a única União Soviética forte, de acordo com o hino nacional, tornou-se uma coleção de países mais ou menos pobres e impotentes. E nem mesmo o comunismo de Lenine conseguiu derrotá-los.
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